França: homem de 88 anos é hipnotizado e operado do coração sem anestesia

A cirurgia aconteceu no Hospital Universitário de Lille, no norte do país, em setembro de 2018. O francês, de 88 anos, substituiu uma válvula na aorta e retomou suas atividades de rotina em poucos dias.
Menos de uma semana depois da operação, o francês Achille Courtois já está de pé, em seu jardim. Ele é o protagonista de um feito da Ciência: para evitar a anestesia geral, que pode colocar em risco pacientes idosos, a equipe de cardiologistas do hospital francês optou pela hipnose.
Durante a cirurgia, uma enfermeira especializada no método conduziu o paciente a esse estado de consciência alterada, no qual ele é altamente sugestionável.
No caso de Achille, enquanto os médicos operavam seu coração, ele foi transportado para jardins e momentos em viagens, com a ajuda da profissional. Ele ficou acordado durante todo o procedimento, e afirma não ter sentido dor, apenas os movimentos feitos pelo cirurgião para costurar seu peito.
Entrevista com o paciente
No dia antes da operação, Hélène Sergent, a enfermeira encarregue de administrar a "anestesia" a Gérard Courtois, passou algum tempo com ele para lhe explicar o procedimento e também para saber mais sobre as viagens do paciente com sua esposa "à Tailândia, Egito, Tunísia, Turquia e a paixão pela jardinagem". Foram estes os temas que usou para hipnotizar Courtouis e colocá-lo num estado de abstração que permitiu ao idoso chegar a adormecer durante a cirurgia.
"Ao falar de tanta coisa, esquecemos o que está a acontecer e somos transferidos para outro lado",
explicou a enfermeira.
Sergent foi a primeira enfermeira do departamento de cardiologia a ser treinada para aplicar hipnose. Quatro profissionais de enfermagem serão formadas em breve, já que estima-se que 80% dos pacientes estarão abertos à hipnose em substituição da anestesia, informa o hospital universitário de Lille.

Recuperação rápida e sem efeitos colaterais
Segundo a equipe, sem a anestesia, a recuperação do paciente foi rápida sem efeitos colaterais, como o excesso de sonolência. E, naturalmente, sem o risco de reações mais graves, mais comuns em idosos, como uma parada respiratória.
Segundo pesquisas, 80% dos pacientes são sensíveis à hipnose. O hospital de Lille, aliás, já anunciou que tentará uma nova experiência com outro paciente na próxima semana.
Com informações de RFI Brasil e Diário de Notícias